Há pouco mais de 1 mês, passei 10 dias de férias com o marido em Buenos Aires. Já fazia mais de 3 anos que tínhamos ido à cidade pela última vez quando surgiu a oportunidade de matar as saudades… Demos a sorte de conseguir emitir passagens TAM com 10 mil milhas cada, ida e volta, em voos diretos – mas a maior sorte mesmo foi a que demos no aeroporto, quando ganhamos um upgrade gratuito e inesperado para a classe executiva! Como o nosso voo era curto, o ponto alto da classe executiva nem foi o conforto, mas sim a deliciosa sensação de usar talheres de verdade – tem coisa mais deprê do que comer com talheres de plástico?!?
Chegamos à cidade na véspera da eleição do novo presidente argentino, Mauricio Macri. Na prática, isso significa que ao longo dos nossos dias por lá ainda convivemos com a existência de dois câmbios, o oficial e o blue. Felizmente, uma das primeiras medidas de Macri como presidente foi unificar os câmbios, acabando com a chatice de ter que buscar uma cueva confiável para fazer um câmbio justo, e liberando o turista para voltar a trocar seus dólares ou reais a uma cotação decente logo na chegada, nas filiais do Banco Nación do Aeroparque ou do Aeroporto de Ezeiza.
Aqui vão então algumas impressões que tivemos ao longo dessa última viagem – e algumas dicas que podem ajudar a quem estiver planejando uma visita! 😉
1. Transporte aeroporto / cidade
Nosso voo chegou à noite ao Aeroporto de Ezeiza, que fica a cerca de 1 hora da cidade de Buenos Aires propriamente dita. Nessas circunstâncias, eu nem penso em alternativas – me enfio no primeiro táxi… Nas últimas viagens a Bs.As., tenho usado o Taxi Ezeiza – o valor é justo e o serviço, bem decente. Conferindo no site agora, vi que o valor da corrida de Ezeiza ao Centro / Recoleta está em Ar$ 500, e eles oferecem a corrida de volta com desconto, a Ar$ 400. O guichê do Taxi Ezeiza fica logo em frente ao desembarque.
2. Hospedagem / localização
Eu gosto muito de ficar hospedada na Recoleta. O bairro é bastante residencial, super arborizado, tem prédios históricos lindos e comércio na medida certa. Escolhemos o hotel Americas Towers, situado na Calle Libertad bem pertinho da Avenida Santa Fé, uma das principais artérias comerciais do bairro. Foi a primeira vez em que me hospedei na vizinhança, e gostei – estávamos a uma distância perfeitamente caminhável tanto do coração da Recoleta quanto do Centro, e com acesso bem fácil tanto ao metrô quanto aos ônibus.
3. Transporte urbano
Usamos muito o transporte público dessa vez! Além da boa localização do nosso hotel, também descobrimos as facilidades do cartão SUBE (Sistema Único Boleto Electrónico). Pode-se comprar o cartão em qualquer kiosko (aquelas lojinhas que vendem balas, biscoitos, refrigerantes), ao custo de Ar$ 40, e carregá-lo com qualquer valor. Duas pessoas podem usar o mesmo cartão, não é necessário comprar mais de um. As passagens de ônibus, que, se pagas em espécie custam Ar$ 6, caem para Ar$ 3 com o uso do cartão. As passagens de metrô custam um pouquinho mais, Ar$ 4,50. Usamos nosso cartão até nos novíssimos trens urbanos que vão até Tigre, pagando Ar$ 3 pela passagem! (Para pesquisar os itinerários de ônibus, segue valendo a dica que dei nesse post aqui.)
4. Alimentação / preços
Não tem jeito: o café, o chá, a água mineral, os refrigerantes e os sorvetes são os grandes vilões dos custos das refeições em Buenos Aires… É possível fazer refeições bem legais a valores em conta, há menus executivos a custos razoáveis por toda a cidade – almoçamos a cerca de R$ 30 por pessoa em um café próximo do nosso hotel, com entrada, prato principal, sobremesa e taça de vinho.
Mas o bendito café nunca nos custou menos do que R$ 5 ou 6 (dependendo do lugar, poderia chegar a R$ 8!), chegamos a pagar quase R$ 10 por uma mera Coca-cola, e o sorvete no Freddo nos custou quase R$ 17 (mais caro do que no próprio Freddo aqui no Brasil!). Ah, sim, esses valores foram calculados ao câmbio blue 1R$ = 4 Ar$. A situação seria bem pior ao câmbio oficial da época…
De todo modo, conferimos que as empanadas do El Sanjuanino continuam uma delícia…
… as confeitarias continuam nos convidando a provar mil gostosuras…
… e é muito fácil encontrar um delicioso chá completo mesmo fora do circuito tradicional dos grandes hotéis!
5. Compras
As compras nunca foram o grande atrativo de Buenos Aires para mim. Sim, é verdade que em outras épocas já comprei ótimos casacos de couro, sobretudos de lã e blusas de cashmere a preços excelentes, roupas de cama de alta qualidade a uma fração ínfima do preço aqui, dermocosméticos e maquiagem também a preços muito convidativos. A oferta era tão rica que mesmo quem não estava em busca de compras não conseguia resistir. Pois bem, por ora essa fase acabou. Cheguei a ver camisetas de malha de qualidade bem duvidosa nas vitrines da Avenida Santa Fé custando o equivalente a R$ 200. Ou seja, nem é necessário deixar aquele espaço extra na malinha – não está valendo a pena… Nem mesmo livros comprei dessa vez, achei tudo bem caro mesmo. E nossos passeios pelas lojas de instrumentos musicais da Calle Talcahuano renderam comentários do marido no sentido de que há muitos modelos de violões e guitarras diferentes dos que encontramos no Brasil, mas o preço está alto demais para valer a pena passar o perrengue de trazê-los…
6. Alguns passeios diferentes
Dois veteranos em Buenos Aires sem nenhuma obrigação turística a cumprir e oito dias completos pela frente para aproveitar da maneira que nos desse na telha – pois bem, caminhamos muito, passamos muitos momentos tranquilos relaxando nos parques e cafés, repetimos alguns passeios amados e fomos desbravar alguns recantos desconhecidos. Deixo algumas fotos pra dar um gostinho do que virá nos posts seguintes!
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