O ser humano é mesmo contraditório – vive dizendo que nunca mais vai fazer determinada coisa mas, quando vê, pronto, já fez… 😉 Não que isso seja de todo ruim – afinal, muitas vezes uma decisão tomada no calor do momento não deveria mesmo ser levada ao pé da letra!
No inverno de 2008 eu tive a experiência mais apaixonante que poderia imaginar em termos de tango em Buenos Aires: passei uma noite no Bar Sur. Fiquei tão encantada com a atmosfera mágica do lugar que escrevi no post que não queria mais freqüentar outro lugar… De certa forma, isso continua valendo: o Bar Sur é imbatível pra mim, ainda não caiu do primeiro lugar no meu “ranking tangueiro”. Mas a questão é que nem todas as pessoas estão interessadas em um espetáculo interativo – e, diga-se de passagem, o Bar Sur é mais interativo do que espetáculo… 😳 A produção é bastante modesta, o bar em si é bem acanhado, e nem todo mundo acha divertido deixar de ser platéia para virar dançarino ao longo do show…
O tempo em Buenos Aires dessa vez era bem curto – uma tarde no dia da chegada, um dia inteiro e a manhã do dia do embarque no cruzeiro. Mas meus pais, que não iam à cidade desde o início de 2007 (não estou contando a viagem com o Jonas, porque não fizemos programas de adultos…), tinham vontade de ir assistir a um tango. Sondei um pouco e logo vi que não iam curtir o Bar Sur… Nem tentei convencer, e fui logo procurando alternativas mais apropriadas. (Aliás, eu continuo me devendo até hoje experimentar o tango no Café Tortoni – achei que seria dessa vez, mas ainda não vingou…)
A questão é que eu tinha lido / ouvido elogios ao Esquina Carlos Gardel, vindos de pessoas em cujo gosto eu confio (obrigada, Tatiana!) 😉 E resolvemos ir experimentar.
O Esquina está situado no bairro de Abasto, bem em frente ao Abasto Shopping. A casa é linda, e muito bem localizada – é fácil chegar por conta própria, de táxi ou de metrô (linha B). Mas, como fizemos nossa reserva pela recepção do hotel, aproveitamos e pedimos o transporte gratuito oferecido – prático e confortável, mas nem tão rápido, já que acabamos fazendo um tour por vários hotéis para buscar outras pessoas…
Como de costume, eu reservei o show sem jantar. Em janeiro, pagamos Ar$ 245 por pessoa, ou cerca de R$ 125. Acabo de verificar no site que o preço já subiu para Ar$ 295 – a inflação argentina está mesmo à solta… (O show com jantar, que custava Ar$ 350, já bateu nos Ar$ 420…)
Dessa vez, entretanto, acho que não foi uma boa decisão dispensar o jantar… Nem tanto pelo jantar em si, já que eu nunca boto muita fé que esses jantares serão memoráveis, mas porque os espectadores que dispensam o jantar ficam acomodados no bar – e eu achei não apenas desconfortável como também mal situado, muito longe do palco… 🙁 Ou seja, o jantar se transforma, de certo modo, em um passe para uma boa localização…
Quanto ao show em si, foi literalmente um espetáculo!!! Apesar da distância, eu grudei os olhos no palco, de tão hipnotizada… 😀 E amei a idéia de plantar a orquestra na parte de cima do palco, bem à vista dos espectadores, ao invés de naquele fosso abaixo do palco, como é de praxe na maioria dos teatros…
Saldo da noite? Super positivo! Bons cantores, ótimos dançarinos, tangos conhecidos, uma orquestra excelente. Ah, sim, e vinho à vontade (hic!), não apenas uma tacinha de cortesia… 😉 Fica apenas a dica: no Esquina Carlos Gardel, investir no jantar é quase sinônimo de conseguir um lugar melhor para assistir ao show…
Clique aqui para ler um pouco mais sobre tango em Buenos Aires no Idas & Vindas! 😉
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