Dia 16, 10/01 – Complexo Arqueológico de Angkor

O dia seguinte era o ponto alto da nossa visita ao Camboja – um dia inteiro dedicado ao Complexo Arqueológico de Angkor. Embora Angkor Wat seja o sítio arqueológico mais conhecido, o Complexo de Angkor compreende muitos outros, e pode facilmente proporcionar vários dias de passeio àqueles interessados em conhecer de forma mais profunda a história e a cultura Khmer. Nós dispúnhamos de pouco tempo, por isso contratamos, no hotel mesmo, o passeio de um dia inteiro aos Parques Arqueológicos de Angkor Thom, Ta Phrom e Angkor Wat. O custo total do passeio em carro com ar condicionado com motorista e guia em inglês foi de US$ 55, ou US$ 27.50 por pessoa.

Angkor sediou as capitais do império Khmer no período entre os séculos IX e XV DC. Suas ruínas estão localizadas em meio a florestas ao norte de Tonle Sap (Grande Lago), próximas à cidade de Siem Reap, e foram declaradas um Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1992. O Complexo Arqueológico compreende mais de 1000 templos, que vão desde pilhas de destroços irreconhecíveis espalhados pelos campos de arroz até o magnífico Angkor Wat, considerado o maior monumento religioso do mundo. (Fonte: Essential Architecture)

Portão Sul de Angkor Thom

Começamos nossa visita por Angkor Thom (Grande Cidade), a última capital do Império Khmer, estabelecida no final do século XII pelo Rei Jayavarman VII, como o centro de seu extenso programa de construções. Uma inscrição encontrada na cidade se refere ao rei como o noivo e à cidade como sua noiva. (Fonte: Wikipedia).

À esquerda da entrada, 54 devas (deuses guardiães)

À direita da entrada, 54 asuras (demônios)

O Portão Sul de Angkor Thom é o mais bem preservado, e chega-se a ele por uma passagem de cerca de 50 m sobre um fosso. De cada lado dessa passagem há 54 figuras de pedra – à esquerda, 54 devas (deuses guardiães) e à direita, 54 asuras (demônios).

Turistas chegando de elefante…

Essa é a entrada utilizada pela maior parte dos turistas – vimos turistas chegando de carro, como nós, de tuk-tuk, de bicicleta e até de elefante… 😉

Parte central de Angkor Thom (Fonte: http://www.canbypublications.com/maps/TempleMapaap2at.htm)

Seguindo pelo caminho principal, chega-se ao principal templo da cidade, o Bayon.

O Templo Bayon

No Bayon

Bayon foi construído no final do século XII ou início do século XIII como o templo oficial do Rei Jayavarman VII, e está situado bem no centro de Angkor Thom. Após a morte de Jayavarman, o templo foi reformado e ampliado por outros reis budistas e hindus de acordo com suas próprias preferências religiosas.

As faces de Loveskara nas torres

Detalhe da face de Loveskara

A característica mais marcante do Bayon são as faces de pedra, de expressão serena, esculpidas em várias de suas torres, conhecidas como as faces de Loveskara. (Fonte: Wikipedia)

Phimeanakas

Lótus

Um pouco mais adiante, chegamos às Phimeanakas ou Vimeanakas, um templo hindu construído no fim do século X, durante o reinado de Rajendravarman.

Terraço dos Elefantes

Terraço dos Elefantes

Em seguida, chegamos ao Terraço dos Elefantes, uma área usada pelo Rei Jayavarman VII como uma plataforma de onde podia avistar o retorno de seus exércitos vitoriosos.  (Fonte: Wikipedia)

Mercado próximo ao Portão Leste de Angkor Thom

Quando percebemos, a manhã já tinha chegado ao fim, e fizemos uma merecida pausa para descansar, ir ao banheiro e beber alguma coisa. A Nanah, nossa dublê de guia e anjo da guarda, nos ofereceu um Red Bull salvador, que nos deu a energia necessária para passear mais um pouco antes de chegar a hora do almoço…

Nanah, nossa ótima guia – e o providencial Red Bull…

Uma grande mancada que demos foi não pegar o contato direto dela para oferecer a quem se interessar em contratar os seus serviços. Ficamos impressionados com o seu preparo! Ela é uma estudante universitária de Ciências Contábeis, que se expressa muito bem em inglês e tem uma rotina semelhante à de muitos dos nossos estudantes universitários: trabalha o dia todo para custear seus estudos e ajudar à família, e à noite cursa a universidade.

Pausa para fotos divertidas…

… de “divindades” ainda desconhecidas

Nos divertimos a valer com ela e suas idéias engraçadas para fotos – sem nunca deixar de lado as informações e comentários sobre os templos e sítios que estávamos visitando e a cultura Khmer em geral.

Nanah, que nos proporcionou um dia excelente com seu conhecimento sobre Angkor e a cultura Khmer

Tomando o rumo de Ta Phrom

Após essa pausa, tomamos então a direção de Ta Phrom. Ao longo do caminho, vimos vários grupos musicais, formados por sobreviventes das explosões de minas durante a Guerra Civil – todos os músicos são deficientes físicos, mutilados pelas explosões, e quase todos ficaram também cegos. Vale a pena ler sobre a Guerra Civil do Camboja aqui – e eu recomendo também assistir a um filmaço dos anos 80 sobre o mesmo assunto, “Os Gritos do Silêncio“.

As árvores do Ta Phrom em meio aos templos

Ta Prohm está localizado a cerca de 1 km ao leste de Angkor Thom, e foi fundado pelo Rei Jayavarman VII para ser um mosteiro e universidade. Após a queda do Império Khmer, no século XV, o templo foi abandonado por vários séculos.

Impressionante o tamanho das árvores…

Quando o esforço para conservar e restaurar os templos de Angkor começou, no início do século XX, a École française d’Extrême-Orient decidiu que o Ta Prohm seria mantido mais ou menos nas mesmas condições em que foi encontrado, como uma “concessão ao gosto comum pelo pitoresco”. A combinação fotogênica das árvores crescendo em meio às ruínas e a floresta ao redor fez desse templo um dos mais populares entre os visitantes. (Fonte: Wikipedia)

Pausa para o almoço em um restaurante de culinária Khmer…

Ao fim da visita, estávamos prontos para um contato mais próximo com a cultura Khmer – o almoço em um restaurante típico da culinária local, o “Eat at Khmer”.

… onde provamos o delicioso Amok Trei

Escolhemos um prato bastante comum no Camboja, o Amok Trei, feito à base de peixe com leite de coco, cebola, tomate, capim-limão e temperos, como a cúrcuma e a páprica, e servido com arroz de jasmim. Não fosse o capim-limão e o sabor seria bem semelhante ao da culinária baiana, pela mistura do peixe com o leite de coco e condimentos. Mas a maior bossa mesmo foi ver que o peixe vem à mesa dentro do coco verde – simplesmente sensacional! 😉

… curtindo essa vista maravilhosa!

Após o almoço, seguimos então para Angkor Wat.

A primeira visão de Angkor Wat

Angkor Wat é um complexo de templos construído pelo Rei Suryavarman II, no século XII, o único que funcionou como um centro religioso desde a sua fundação – primeiro como um templo hindu, dedicado ao deus Vishnu, e depois budista. (Fonte: Wikipedia)

Muitos turistas na chegada a Angkor Wat

Angkor Wat é a principal atração turística do Camboja, o que fica bem claro na quantidade de turistas que visitam esse templo em comparação aos outros…

Belíssimo, apesar dos tapumes das obras de restauração…

Infelizmente, vimos a fachada principal um pouco encoberta por tapumes das obras de restauração – ainda assim, a beleza do lugar não se perde.

Por que não uma brincadeira?

Figuras entalhadas na pedra

O Buda onipresente

Fizemos todo o tour pelo sítio arqueológico, e subimos para visitar o templo, onde vimos jovens monges usando as vestimentas tradicionais…

O jovem monge no templo…

E o pequeno monge ainda mais jovem…

Uma última espiada em Angkor Wat ao entardecer…

Ao fim da tarde, fomos ao Bakheng para ver o pôr-do-sol. Muitos dizem que é uma roubada, porque é necessário subir um morro e uma escadaria, e que o lugar fica lotado. Sim, é fato – mas, se você não é uma pessoa sedentária nem está muito acima do peso, o esforço não é tão grande assim. Não me arrependi de ter ido, mesmo que o pôr-do-sol nesse dia nem tenha sido dos mais bonitos… (E eu sempre sou da opinião que é melhor ir lá ver com os próprios olhos e concordar que não vale a pena do que deixar de ir…)

O pôr-do-sol no Bakheng

Por fim, algumas dicas básicas a lembrar nos dias de visita aos templos de Angkor:

1. A área dos templos é área de baixa incidência de malária – ou seja, embora a incidência seja baixa, ela existe, e é preciso se prevenir com um bom repelente;

2. O sol é inclemente e o calor é quase insuportável – é preciso usar um protetor solar com FPS bem alto. O ideal seria reaplicá-lo ao longo do dia, mas achei isso quase impossível, com a quantidade de suor e poeira que se acumula na pele…

3. A poeira é muita e a terra é vermelha – é importante escolher sapatos que sejam confortáveis para caminhar e que possam se sujar, assim como a roupa. Levar um bom chapéu para se abrigar do sol também ajuda. Nenhuma das roupas que eu usei no dia em que fui a Angkor voltou para casa ao fim da VAM – aliás, nem o sapato! Só salvei o chapéu e os óculos de sol… A calça clara foi para o lixo na hora em que voltei ao hotel, vermelha de poeira e toda esgarçada de tanto me sentar nas pedras dos templos… 😆

Para mais informações sobre Angkor, clique aqui. E para fazer o download de mapas e guia, clique aqui.

Jantar Khmer… 

… no Hotel Somadevi

Chegamos de volta ao hotel tão cansados que decidimos jantar por lá mesmo, ao invés de ir para a cidade. Resolvemos experimentar o buffet Khmer seguido de um show de dança típica, ao custo de US$ 15 por pessoa. Claro que era um programa “turistão”, mas foi muito divertido – o jantar estava uma delícia, e o show de dança foi super bonito.

Nosso jantar, à espera do show de dança

Dança típica cambojana

Dança típica cambojana

Dança típica cambojana

Fim do show – Feliz 2011!!!

A melhor parte foi que, ao fim do show, já estávamos no hotel, prontos para uma noite de sono revigorante. No dia seguinte, tínhamos que tomar o vôo de volta a Cingapura… 😉

Você pode ler outros posts sobre o Camboja aqui:

no Dividindo a Bagagem;

– no Mikix;

– no MauOscar;

– no O que eu fiz nas férias.

27 thoughts on “Dia 16, 10/01 – Complexo Arqueológico de Angkor

  1. Pingback: Hotéis da VAM no Camboja: Somadevi Angkor Resort & Spa « Idas e Vindas

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