A quantos me perguntam, eu sempre repito a mesma ladainha: “Mais vale se hospedar na Recoleta do que no centro. A Recoleta também é um bairro central, de fácil acesso, e muito mais bonita e agradável. O centro de Buenos Aires está decadente, e parece que apenas as operadoras de turismo brasileiras ainda não se deram conta disso.”
Pois então eu me contradisse ao escolher o Hotel Lafayette para me hospedar dessa vez? Sim – e não. 😉
Eu escolhi o Lafayette exatamente por conta de sua localização central. Nesse pouco tempo em Buenos Aires antes de embarcar no cruzeiro, os nossos interesses estavam quase todos concentrados na região central da cidade: queríamos nos hospedar perto do Terminal de Embarque de Cruceros, almoçar no El Potrillo (antigo La Caballeriza de Puerto Madero, agora devidamente rebatizado) na 6a.f. da chegada, passar o sábado no Tigre, ir a um show de tango em Abasto (no Esquina Carlos Gardel) no sábado à noite e espiar a Feria de San Telmo no domingo pela manhã, antes de pegar a bagagem, fechar a conta do hotel e embarcar no navio. O nosso único desvio até a Recoleta foi para encontrar o JB e as meninas para a ótima noite regada a empanadas e vinho no El Sanjuanino. Sendo assim, embora aparentemente tenha sido uma contradição, foi uma contradição calculada, e que serviu perfeitamente aos nossos propósitos. Mas, para que não pareça que estou jogando minhas convicções aos quatro ventos, tenho que deixar bem claro que o Lafayette está situado em uma área mais aprazível do centro, no trecho em que a Calle Reconquista é uma rua de pedestres, a meia quadra da nova filial da Persicco e, dependendo da direção que se tome, a cinco minutinhos de caminhada tanto da Plaza San Martin quanto das Galerías Pacífico (mas sem o burburinho que acompanha o entorno desta…)
Reservei um quarto triplo por 2 noites, pelo Expedia, a US$ 108 a diária, para pagamento no check-out, sem impostos incluídos. Para minha surpresa e satisfação, não tive que pagar o IVA de 21% em nenhum dos hotéis em que me hospedei na Argentina. Soube que os estrangeiros são isentos do imposto – fiz meu registro nos hotéis com o passaporte, não sei se essa isenção também se aplica ao usar a carteira de identidade…
Eu adoro um quarto enorme!
Com escritório e wi-fi grátis, então… 😉
Eu já havia me hospedado no Lafayette em 2000, e tinha boas lembranças. O hotel me agradou também dessa vez – eu só pensaria duas vezes antes de ficar lá novamente por causa mesmo da localização. Os pontos mais positivos, na minha opinião, são o excelente serviço e o tamanho e o conforto dos quartos e banheiros. A decoração é antiga, tradicional, até meio pesada, mas isso não chega a comprometer, principalmente porque o hotel não sofre daquele cheiro de mofo tão característico de muitos hotéis, já bem decadentes, do centro de Buenos Aires… Assim, a questão da decoração torna-se apenas uma questão de gosto mesmo, não de funcionalidade. Ah, a idade do hotel não se mostra nos banheiros, que estão renovados – são espaçosos e bem iluminados.
Por outro lado, os dias que passamos lá foram de calor intenso, e o ar-condicionado demorava bastante para dar conta de refrescar um ambiente tão grande! Também achei o café da manhã meio sem graça… (É curioso que um dos melhores cafés da manhã, entre os hotéis onde já me hospedei em Buenos Aires, tenha sido o do Facón Grande, um hotel simples e despretensioso, quase em frente ao Lafayette…)
No cômputo geral, o Lafayette me parece uma boa escolha para quem busca hospedagem no centro, com qualidade, conforto e boa localização (dadas as restrições do centro, claro). Como eu gosto de uma boa relação custo-benefício… 😉
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