Não foi uma tarefa simples montar um roteiro pelo Peru, como poderia parecer à primeira vista. Os anúncios de pacotes turísticos nos jornais costumam oferecer o Peru em 6 dias – com Lima, Cuzco e Machu Picchu – mas eu queria fazer ao menos um pouquinho mais do que esse circuito básico.
De certa forma, o ápice da viagem seria Machu Picchu, sim, como acredito que aconteça com 90 ou 95% dos turistas que vão ao Peru. Mas alguns anos antes eu tinha visto um episódio do Lonely Planet na TV a cabo (quando ainda ia ao ar com o nome “Planeta Solitário”, e não “Mochileiros”, como hoje em dia – faz tempo! 😉 ) e tinha ficado cismada com o Lago Titicaca, e com uma viagem um pouco mais extensa pelo Peru.
Para encaixar Lima, Cuzco, Machu Picchu e o Titicaca em 2 semanas de férias, acabei deixando de lado outras cidades peruanas e incluindo um pouquinho da Bolívia. Foi uma questão logístico-geográfica apenas, que me poupou alguns neurônios na hora de fazer o roteiro funcionar.
Entretanto, assim como eu concluí quando fiz o balanço geral do roteiro da Bolívia, é possível também voltar ao Peru inúmeras vezes, e fazer várias viagens diferentes, em roteiros que podem variar de 1 semana a 1 mês sem monotonia.
O esquema que eu escolhi na época ainda me parece bastante acertado: chegamos a Puno de ônibus a partir de Copacabana, na Bolívia. De lá voamos a Cuzco (pelo aeroporto de Juliaca, o mais próximo de Puno, a 45 minutos de distância). Fizemos um bate-e-volta a Machu Picchu – que foi aperfeiçoado por quem foi depois de mim (Arthur? Camila? Wanessa? Lu? Não me lembro quem pôs a idéia em prática primeiro… 😳 ), com a partida para Aguas Calientes no fim do dia, o pernoite em um hotel local e a visita a Machu Picchu logo de manhã cedo. Ficamos em Cuzco 4 dias, que foram suficientes para curtir a cidade sem pressa. Em seguida, tomamos um vôo para Lima, uma cidade que me cativou muito mais do que eu esperava, e onde tenho muuuuuita vontade de voltar (quem sabe ainda este ano?) 😉
A parte peruana do nosso périplo consumiu 10 dias, que comento em seguida:
1o. dia – Saímos de Copacabana de ônibus em direção a Puno. À noite demos uma volta pela cidade, que é pequena e tem poucos atrativos. Essa viagem foi parte do pacote que contratamos na Turisbus, de La Paz, um custo-benefício excelente: o ônibus era confortável, a viagem foi tranqüila, e não tivemos que usar nem um minuto do nosso tempo em Copacabana para descobrir como chegar a Puno…
2o. dia – Fizemos o passeio às Islas Flotantes de los Uros, contratado no próprio hotel. Mais uma vez, eu repetiria tudo igual: o passeio foi ótimo, o preço foi justo e, como tínhamos pouco tempo na cidade, valeu a pena não precisar ficar pesquisando agências locais…
3o. dia – Voamos para Cuzco pela manhã. Aqui o roteiro começou a apresentar uma falha… Esse dia era um domingo, mas, na hora em que chegamos já não dava mais tempo de visitar o Mercado Indígena de Pisac, que eu tinha bastante curiosidade de conhecer. O Mercado só funciona às 3as., 5as. e domingos. Na 3a. iríamos a Machu Picchu e na 5a. seguiríamos viagem para Lima.
4o. dia – City-tour em Cuzco. No geral, um excelente passeio. Minha única crítica se referia ao horário em que fiz o passeio, à tarde – ao chegar ao último sítio arqueológico, já está bem escuro… Mas soube depois pela Wanessa , do Cadernos de Viagem, que o city-tour só é oferecido à tarde, não há a possibilidade de fazê-lo pela manhã…
5o. dia – Machu Picchu. Se eu voltasse hoje, acho que a única coisa que faria diferente seria pernoitar em Aguas Calientes na véspera da ida a Machu Picchu, para chegar ao parque na hora de abertura e diminuir o cansaço de fazer a viagem de ida e volta no mesmo dia. De resto, um dia me pareceu suficiente para aproveitar, sim.
6o. dia – Valle Sagrado. Nem me sinto muito à vontade para comentar, porque abreviei a minha visita (minha coluna problemática deu mostras de cansaço, e fazia só 6 meses que eu tinha tido uma baita crise…). Fui apenas a Pisac, em um dia sem mercado, e a experiência foi bem diferente da que teve quem viu o mercado. Hoje eu trocaria a ordem desses passeios todos – faria primeiro um reconhecimento descompromissado de Cuzco e logo depois o city-tour, como fiz; depois iria ao Valle Sagrado, em dia de Mercado Indígena em Pisac, e ficaria em Ollantaytambo para tomar o trem para Aguas Calientes, como fez a Camila, do Viaggiando. (Foi esse mesmo o procedimento, Camila?)
7o. ao 10o. dias – Lima. Foi suficiente para o básico, mas eu ficaria mais. Lima dá conta, sozinha, de 1 semana de viagem, tantos são os pontos históricos, os museus e os restaurantes.
Foi um roteiro básico – valeu a pena, mas foi só uma amostra da riqueza desse país. O Peru é bem mais do que isso – e, quanto mais perto se chega, mais se descobre acerca de lugares que teriam valido a pena visitar… Alguns eu deixei de fora com dó, como Arequipa e o Cánion del Colca; outros nunca aguçaram realmente a minha curiosidade, como Nazca, mas eu não dispensaria a visita se tivesse a oportunidade; outros, ainda, eu nem sabia que existiam, como a viagem de trem de Lima a Huancayo, que o Ernesto e a Cibele fizeram…
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